A Residência Médica é um momento importante na formação de um médico, quando efetivamente irá definir qual especialidade seguir. Esse período exige do recém-formado muita dedicação e empenho. Por isso, convidamos Ivan Paiva, coordenador da Residência de Medicina de Emergência do Hospital Municipal de Salvador e Felícia Lima, médica Emergencista do Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre (HPS-Poa), para compartilhar dicas de como se destacar nessa fase.
Dúvidas sobre o futuro da sua carreira médica? Confira as novidades e notícias aqui.
Sabemos que nessa etapa os desafios e dificuldades são ainda maiores, mas a especialização é primordial para conseguir o destaque no mercado. Quer aprender como driblar todas essas barreiras e ter um excelente desempenho na Residência? Confira essas dicas!
NÃO SE SOBRECARREGUE
O cansaço vai ocupar todos os seus planos, fazendo que os dias e as noites se confundam.
Como o próprio nome “residente” já avisa, a pessoa vai praticamente viver no ambiente hospitalar, trabalhando 60 horas semanais. Nesse caso, trabalhar em equipe é indispensável, pois compartilhar as demandas ajuda a recuperar-se de toda rotina pesada e evitar que você sofra desnecessariamente.
EVITE PLANTÕES REALIZADOS FORA DA RESIDÊNCIA
As bolsas-auxílio dos programas de Residência têm o valor fixo de R$3.330,43 em todo o Brasil. Segundo Ivan Paiva, que coordena uma Residência de Medicina de Emergência em Porto Alegre, essa remuneração serve apenas para atender as necessidades básicas dos estudantes.
De acordo com ele, o valor da bolsa é insuficiente para os residentes, já que muitos deles moram sozinhos, longe da família e precisam arcar com despesas, como moradia, alimentação e outras contas. Por esse motivo, muitos acabam buscando plantões por fora do programa para aumentar sua renda.
“Muitos residentes fazem plantão noturno e aos finais de semana, o que os deixam extremamente cansados. Além da rotina da Residência que já é bastante intensa, eles às vezes precisam realizar outras atividades, o que não é muito recomendado. A medida em que se aumenta a carga horária, também intensifica o estresse e exaustão física. Por vez, isso pode comprometer a saúde e o próprio desempenho durante o programa.”, alerta Ivan.
IMPORTANTE: É preciso tomar cuidado para que essas atividades não interfiram na carga horária e nem no seu desempenho em seu programa de Residência médica. |
AVALIE A PROPOSTA DE PLANTÃO
A Médica Emergencista Felícia Lima, também comentou sobre a importância de avaliar a proposta de plantão antes de se comprometer, ainda que seja remunerado.
“Muitos necessitam trabalhar fora, e isso é respeitável desde que não afete seu desempenho na própria Residência. Caso isso seja inegociável, o ideal é trabalhar em serviços menos complexos, ou onde o recurso seja, na maioria das vezes, proporcional à demanda. Outro fator imprescindível é evitar locais longes entre os plantões. Você estará usando seu tempo livre, seu bem mais precioso. Então invista bem suas horas vagas!”
DICA BÔNUS: Programe-se financeiramente para fazer a Residência. É possível juntar dinheiro antes de ingressar no programa. Veja algumas alternativas: . Vender guloseimas na faculdade, oferecer aulas particulares, ou buscar atividades na sua faculdade que ofereçam bolsa como monitorias e pesquisa acadêmica. Aproveite seu tempo livre na universidade! . Entrar para o Programa Mais Médicos. O bom salário e carga horária baixa são perfeitos para conseguir estudar pra Residência! . Para os homens, o alistamento militar obrigatório após o curso de Medicina pode ser ótimo! Você pode ficar 1 ano só, e o recém-formado recebe em média R$ 10.700 para uma carga horária de 31h. Mas a remuneração varia a cada Estado. . Trabalhar um tempo com plantões como generalista, logo após receber o CRM, pode ser uma boa ideia. Botar a mão na massa antes de fazer a Residência pode te ajudar muito! Mas sempre equilibrando o trabalho com os estudos, claro. |
ESTEJA PREPARADO PARA AGIR EM QUALQUER SITUAÇÃO
Dentro do programa, os residentes são hierarquizados conforme seu ano do ciclo (R1, R2 e R3). No primeiro ano de Residência você é responsável por procedimentos rotineiros e menos complexos. E na medida que vai progredindo com a vivência no hospital seus supervisores vão delegando demandas cada vez mais sérias e complexas.
Diante disso, mesmo a possibilidade de orientar um novo residente ou trabalhar com seu preceptor deve ser recebido com a seriedade de uma possível autonomia. Afinal, você está se preparando para atuar naquilo por conta própria!
Ainda está se preparando pra Residência?
NÃO SE AFOBE
Sua Residência durará um prazo definido e todo esse tempo é de aprendizado. Por mais que você queira autonomia, é fundamental compreender que: existe um tempo para ouvir, falar e agir; e que ser proativo não exclui ser responsável. A vida do outro deve sempre estar acima do seu anseio de aprender. Nesse período, aproveite também para praticar a tolerância consigo e com os outros, sabendo que todos estão em formação, cada um em seu tempo.
ENTENDA O CONTEXTO SOCIAL DO PACIENTE
Para atender o indivíduo em sua totalidade, é essencial que na hora da abordagem você leve em conta as questões sociais, religiosas e ideológicas dele. Outra orientação é sempre falar de forma compreensível, evitando termos muito técnicos. Pratique a Medicina humanizada que você tanto ouviu falar durante a faculdade.
BUSQUE SE INTEIRAR SOBRE O SUS
Atualmente, quase todas as Residências atuam no SUS. Por isso, é muito importante: conhecer bem a legislação dentro das redes assistenciais; compreender a complexidade desse sistema; reconhecer suas estratégias de promoção e prevenção de problemas de saúde; analisar a inter-relação entre os diversos pontos de atenção da rede pública; e atender as normas vigentes no país, para que propicie o melhor resultado para o paciente.
Além dessas dicas, Marianne Soares, residente de Ginecologia Endoscópica da UFF, compartilhou suas experiências e destacou alguns pontos gerais que vão te ajudar a se dar bem na Residência Médica -independente da sua especialidade-. ASSISTA!
Pensou que os conselhos acabaram? Ainda não! Temos mais estas 7 orientações pessoais que servirão como manual pra você se tornar um excelente residente:
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DÊ O SEU MELHOR!
Para ter grandes conquistas, é preciso haver grandes batalhas. Cada obstáculo superado constrói um degrau em direção ao troféu: o título de especialista. Mas é preciso batalhar da forma certa. Portanto, essas orientações irão te ajudar a triunfar nessa fase!
Se você ainda tá na dúvida em investir numa Residência ou Pós-Graduação, a gente preparou um post com a diferença entre as duas pra te ajudar. Mas caso sua dúvida seja qual especialidade fazer na Residência, nosso Guia do R1 é outra mão na roda!
Compartilha aí nos comentários as suas dicas pros novatos!