O Brasil enfrenta um rápido processo de envelhecimento populacional, o que pode causar uma sobrecarga no SUS em um futuro próximo. É o que mostra um estudo feito pela Fiocruz divulgado nesta semana. Segundo a pesquisa, 75,3% dos idosos dependem exclusivamente do SUS. Eles também representam 46% das internações da rede pública de saúde - 9.412 idosos fizeram parte da pesquisa, que foi feita entre 2015 e 2016.
Se a tendência da população é envelhecer, a necessidade de mais geriatras também aumenta. Em um futuro próximo, isso pode representar um crescimento no número de residentes em programas da área e, talvez, um aumento de vagas.
O Presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), Carlos André Uehara, destacou o rápido envelhecimento da população brasileira: “Na Europa, a transição demográfica foi um processo muito mais longo do que está acontecendo no Brasil. Em menos de 100 anos nós praticamente duplicamos a expectativa de vida”, disse.
O último censo do IBGE projetou um número de 66,5 milhões de pessoas mais de 60 anos até 2050. Isso se deve ao avanço da medicina e das tecnologias, que fazem a expectativa de vida do brasileiro aumenta cada vez mais - até 2060, será de 81 anos, 5 a mais que atualmente.
| Os idosos representam 14,3% dos brasileiros e, de acordo com o Ministério da Saúde, em 2030, o número deve superar o de crianças e adolescentes.
O MERCADO ATUAL de geriatria
Segundo a Demografia Médica, feito pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), o Brasil conta com 1.817 geriatras. 60% destes especialistas estão concentrados no Sudeste. Isso representa um especialista para 15,4 mil idosos, número considerado muito baixo pela Organização Mundial da Saúde (OMS) - o ideal seria de um geriatra para cada 1.000 idosos.
Para se ter uma ideia, no Amazonas, existem 8 geriatras para 300 mil idosos. Uma dessas especialistas, Karoline Rodrigues, destacou a falta de programas de residência na região como uma das justificativas para a quantidade baixa de profissionais: “Nós não temos residência médica na área do Amazonas. Se tivéssemos uma residência, não precisaria o médico sair do seu Estado, de perto da sua família, para poder se formar”, afirmou ao site D24AM.
Para os que ainda estão na universidade e se preparando para a Residência, é bom olhar com mais carinho para a área. Já que a necessidade por especialistas pode aumentar, o número de vagas de Residência e o salário também podem seguir o mesmo caminho.
Saiba também porque ECG pode ser tão importante na sua carreira.
A ESPECIALIDADE médica
A Residência Médica em Geriatria dura 2 anos e tem pré-requisito de também 2 anos em Clínica Médica.
Existe ainda a possibilidade de fazer um terceiro ano para se especializar em 5 áreas específicas: Neuropsiquiatria geriátrica, cardiologia geriátrica, cuidados paliativos em geriatria, instituição de longa permanência geriátrica e assistência domiciliar geriátrica.
Conheça ela e outras especialidades no nosso Guia do R1! Confira também quais são as mais bem pagas.
E AGORA?
Geriatria vai entrar no seu radar? Se já pensava em fazer essa especialidade, o que espera dela agora? Conte pra gente nos comentários!