Que setembro é o mês dedicado à prevenção do suicídio a gente já sabe… mas qual é a origem dessa campanha? Qual é a sua importância, não só para quem sofre de transtornos psiquiátricos, mas também para os médicos que têm contato com esses pacientes?
A origem desse movimento começou com a história de um jovem americano chamado Mike Emme, conhecido por todos que conviviam com ele por suas habilidades mecânicas e sua paixão pelo Mustang 68 que ele mesmo restaurou e pintou de amarelo.
Em 1994, Mike cometeu suicídio aos 17 anos e, no seu velório, seus familiares e amigos distribuíram cartões com mensagens de ajuda e uma fita amarela (em homeagem a cor escolhida por ele para pintar seu carro), que se tornou um símbolo de consicentização dessa causa.
Acompanhando essa ação, a Organização Mundial da Saúde (OMS) instituiu, em 2003, o dia 10 de setembro como o Dia Mundial da Prevenção ao Suicídio - mantendo a cor amarela do Mustang de Mike para representar a data e, foi a partir desse movimento que, em 2014, a Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP, em parceria com o Conselho Federal de Medicina – CFM, criou a campanha Setembro Amarelo no Brasil, com o objetivo de conscientizar, prevenir e reduzir os números alarmantes de casos de suicídios registrados por ano.
Suicídio não é notícia. E isso acontece por uma teoria de que a divulgação desses atos pudesse fomentar uma nova onda de casos.
Esse “efeito de imitação” foi comprovado a partir do que ficou conhecido como “Efeito Werther”: um fenômeno identificado após o lançamento do livro ”Os sofrimentos do jovem Werther”, do autor alemão Johann Wolfgang von Goethe, publicado em 1774, que teria ocasionado diversos casos de suicídios nos jovens europeus pelo seu final depressivo.
Apesar de, de fato, existir um aumento dessa ação pela leitura do livro e por divulgação de falecimentos de grandes personalidades como Marilyn Monroe e Kurt Cobain pela mesma causa, não são as notícias que resultam nos suicídios. E por isso é sempre importante lembrar a grande relevância do setembro amarelo e dessa discussão para a população e para medicina.
Os problemas psicológicos podem afetar o paciente em todas as áreas médicas
independente da especialidade e, nesse sentido, a sinergia entre os profissionais para o correto direcionamento do paciente com propensão ao suicídio é indispensável!
Para os residentes, especialistas ou até mesmo quem já deseja seguir esse caminho na carreira médica, o caminho é claro: É preciso muita sensibilidade para lidar com esses casos, tanto no momento da identificação quanto na forma de direcionar o tratamento.
Nem só os psiquiatras têm contato com pessoas vulneráveis. Muitas vezes o próprio paciente não tem clareza do que está se passando na sua cabeça e, por isso, é imprescindível que todo e qualquer médico se informe e pesquise sobre o assunto para poder identificar, encaminhar e ajudar quem precisa.
E aí, você faz a sua parte?!